domingo, 7 de dezembro de 2008

Comércio no RN puxou crescimento em 2006

A pujança da economia norte-rio-grandense não vem de hoje. O crescimento de setores como o comércio, serviços e indústria não começou dois, três ou quatro anos atrás. Há quem diga, inclusive, que há pelo menos 20 anos o estado passa por constantes transformações que têm levado o segmento econômico a um incremento contínuo. O ano de 2006, por exemplo, tido por muitos empresários e especialistas como a época do boom da construção civil e do turismo potiguares, é a base da mais recente pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Denominado ‘‘Demografia das Empresas 2006’’, o estudo mostra, por exemplo, que neste ano existiam 58.564 empresas funcionando em solo potiguar (mais do que o dobro do registrado em 1996), empregando 478.126 pessoas e pagando em torno de R$ 4,2 bilhões em salários a esses trabalhadores. Na época, o setor de maior destaque era o comércio, com 29.749 empresas registradas e 98.349 pessoas empregadas. Em seguida vinha a indústria da transformação, com 4.550 empresas e 51.314 colaboradores em todo o estado.A pesquisa ainda é mais abrangente no sentido de que mostra a evolução no número de empresas criadas no Rio Grande do Norte ao longo de dez anos, de 1996 a 2006. Para se ter uma idéia, em 1996, haviam 27.635 empresas funcionando no estado. Dez anos depois, em 2006, esse número mais do que dobrou: já eram 58.564 negócios. A curva de crescimento é contínua e traz uma média de 3 mil empresas criadas a cada ano. A única exceção fica por conta dos anos de 2005 e 2006, quando o incremento foi de apenas 717 negócios de um exercício para o outro. Na opinião do economista do IBGE José Aldemir Freire, os índices registrados no RN são considerados razoáveis, porque, segundo seu raciocínio, se em dez anos o número de empresas mais do que duplicou no estado, significa que a taxa de sobrevivência desses negócios é mais alta do que a de mortalidade. ‘‘Nesse período ganhamos em vários indicadores. A economia cresceu, reduziu-se o índice de pobreza, registramos um aumento médio na renda e no número de pessoas ocupadas e geramos mais empregos formais. Tudo isso acaba reforçando o mercado consumidor, acarretando a necessidade de um leque maior de empresas, maiores em tamanho e mais diversificadas, capazes de atender essa população’’, explica o economista. Ainda em 2006, de acordo com o estudo, o Rio Grande do Norte apresentou uma taxa média de entrada de empresas com pessoal assalariado de 22,5, ficando em quarto lugar no Nordeste, atrás apenas de Maranhão, Alagoas e Bahia e acima da média nacional, que foi de 20,3. Embora o comércio, a construção civil, as atividades imobiliárias e a indústria de transformação sejam uns dos setores mais pujantes da economia potiguar, a administração pública é o setor que mais empregou e mais desembolsou dinheiro em salários em 2006. Segundo o IBGE, 165.785 pessoas trabalhavam nessa área, as mesmas que receberam um total de R$ 2,2 bilhões em remuneração na época. Só para efeito de comparação, o setor de comércio, responsável pelo segundo maior número de empregados depois da administração pública, pagou R$ 427 milhões em salários e benefícios, enquanto a indústria de transformação, com o terceiro maior contigente de trabalhadores (51.314 pessoas), desembolsou R$ 313 milhões para os funcionários de todo o estado. Segundo a análise do economista, não há como esconder o peso e a força do setor público na economia do Rio Grande do Norte. ‘‘Quer como empregador, quer no pagamento de salário, o setor é muito importante no estado’’, reforça. Mas ele destaca ainda o comércio, que ao longo dos últimos anos tem registrado crescimento acima da média brasileira e nordestina e o turismo, ‘‘que já esteve melhor’’, e a construção civil, aquecida também há um certo tempo. ‘‘As atividades relacionadas à exploração de petróleo têm demonstrado também uma nova dinâmica’’, destaca ainda. O presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do RN (Fecomercio RN), Marcelo Queiroz, acredita que a força do comércio vem, exatamente, da grande capilaridade existente no setor. ‘‘Ele está presente em todos os locais e municípios, por menor que seja o estabelecimento comercial’’, frisa. O empresário destaca ainda que nessa época houve o crescimento do turismo, que gerou as chamadas segundas residências para os investidores estrangeiros, além da chegada de novos super e hipermercados e mais três shoppings - dois em Natal e um em Mossoró. ‘‘Isso tudo fortaleceu para que o comércio continuasse crescendo e em alguns períodos o RN foi o estado onde o setor mais cresceu no Brasil’’, acrescenta ainda.O segmento comercial também é destaque na geração de emprego. A expectativa da Fecomercio RN é fechar o ano de 2008 com uma média de 210 mil novos empregos gerados nos setores de comércio e serviços. ‘‘Somos responsáveis por mais de 40% dos empregos formais do estado. Se formos calcular que para cada emprego formal existe um informal, principalmente num setor que tem uma capilaridade muito grande, com empresas familiares e pequenas, esse número praticamente dobraria’’, aposta.
fonte:dn online

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